terça-feira, 25 de maio de 2010

Abaixo ao preconceito masculino

Por: Leonardo Amorim


O preconceito envolve o homem em relação a sua saúde. A falta de exames de rotina e o tabu em relação à saúde masculina prejudicam e matam. Diferentemente da mulher existe um grande preconceito cultural no homem em procurar um atendimento de saúde. Na maioria das vezes, ele só busca um atendimento médico quando fica doente e não consegue trabalhar ou por insistência e influência da mulher (mãe, esposa, companheira). Os homens são menos sensíveis às políticas de promoção da saúde e para agravar essa situação, há uma falta de disponibilidade no sistema de saúde para que ele possa ser atendido fora do seu horário de trabalho. Os Postos de Saúde só atendem até às 17 horas.
Para o chefe da Unidade de Urologia, Prof. Ronaldo Damião, entre as doenças urológicas, as mais comuns são: os tumores de próstata (benigno e maligno); tumor de pênis, mais comum nas regiões Norte e Nordeste por causa da higiene; doenças sexualmente transmissíveis; e disfunções sexuais. A partir dos 45 anos deve-se começar a visitar o médico e dosar o PSA (antígeno prostático específico).
O diagnóstico precoce proporciona 90% de chances de cura, mesmo com o tumor benigno. No entanto, muitos homens ainda relutam em fazer o exame de toque retal. Tem sido feita campanha anual, a intenção é estimular os homens a procurar atendimento preventivo. O câncer de próstata é totalmente assintomático nas fases iniciais, só o exame preventivo pode detectar a doença no início.
São estimados 60 mil casos para o Brasil em 2008, com cerca de 15 mil óbitos. Acredita-se que o número seja subestimado, já que não existe a obrigatoriedade da notificação dos casos. Se não for diagnosticado a tempo, o câncer de próstata pode trazer seqüelas como infertilidade, impotência sexual, infecção generalizada, problemas urinários e até mesmo ocasionar a morte.
O câncer de pênis pode ser evitado com informações adequadas e basicamente higiene, salvo em estágio avançado. Para as doenças sexualmente transmissíveis deve-se evitar a promiscuidade sexual, usando preservativos e tendo atenção ao aparecimento de corrimento. Quando aparecer uma ferida, não ficar com vergonha de mostrar ao seu médico. Ferimentos que não cicatrizam mesmo após tratamento médico; caroços com secreção e mau cheiro; vermelhidão ou coceira duradoura na cabeça do pênis (glande); manchas esbranquiçadas ou surgimento de ínguas no pênis ou na virilha são os sintomas mais comuns de uma doença.
Atenção a disfunção sexual: 80% respondem ao tratamento, não devendo ser considerada como enfermidade crônica e não ser aceita como uma situação normal. É um problema de saúde que pode ser tratado.
O homem não se dá conta do quanto pode afetar e alterar sua vida diária com mal humor, irritabilidade; não apenas com sua parceira, mas também com seus filhos e no seu ambiente de trabalho. Como ocorre com qualquer caso de natureza médica, o quanto antes se iniciar um tratamento, melhor será o resultado e maiores as possibilidades de conseguir melhora do quadro clínico.
“O homem precisa perder o preconceito, o preconceito mata! O homem precisa buscar uma melhor qualidade de vida” – Dr. Ronaldo Damião.

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