terça-feira, 25 de maio de 2010

Saber Viver

Por: Leonardo Amorim

O resultado do exame de sangue anti-HIV aparece como reagente. Talita *, não sabe como agir, o que irá acontecer daqui para frente, como ficará curada deste vírus que está presente no seu corpo. Talita sempre foi uma mulher correta, estudiosa, trabalhadora e de uma família da classe média carioca; teve poucos namorados e sempre escutou que uma verdadeira esposa deve ser cordata e obedecer a seu marido. Em janeiro de 2010, Talita é soro positivo, contraiu HIV de seu marido.
HIV, o vírus da Imunodeficiência Humana, é um vírus causador da AIDS (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida). Ao entrar em contato com o organismo Humano, o HIV age dentro das células do sistema imunológico, responsável pelas defesas do organismo. As células de defesas mais atingidas são os linfócitos CD4+, ou seja, as células que são responsáveis por comandar as defesas contra vírus e bactérias.
O HIV utiliza as células CD4+ para se multiplicar, utilizando o DNA desta célula para fazer cópias de si mesmo. Após a multiplicação, rompe as células e novos vírus caem na corrente sanguínea, indo buscar novas células para novas multiplicações.
As células de uma pessoa infectada pelo vírus começam a funcionar com menos eficiência e assim, com o tempo a capacidade do organismo em combater doenças comuns diminui, deixando a pessoa vulnerável a todo tipo de doenças e infecções. Mas isso não ocorre de forma tão rápida, o HIV pode levar anos, entre o momento da infecção até o momento do primeiro sintoma, variando conforme o estado de saúde da pessoa.
Rodrigo Cunha, médico infectologista do Hospital Universitário Pedro Ernesto, afirma que uma pessoa que tem o vírus do HIV encubado não é a mesma coisa que uma pessoa com AIDS. “Existem muitas pessoas soropositivas que vivem durante anos sem desenvolver a doença. Porém, ela transmite através de relações sexuais desprotegidas, mãe para filho durante o período de gestação e o compartilhamento de agulhas contaminadas”.
Há alguns anos atrás, receber o diagnóstico de portador do vírus era praticamente uma sentença de morte. Atualmente a AIDS é uma doença com um perfil crônico, ou seja, significa uma doença que não tem cura, mas tem tratamento e uma pessoa infectada pode viver com o vírus pela vida toda sem apresentar qualquer tipo de sintoma da doença.
Isto tem têm sido possível graças aos avanços tecnológicos e as pesquisas realizadas para o desenvolvimento de medicamentos cada vez mais eficazes e também a dedicação voltada aos profissionais de saúde que possibilitam que os portadores possuam uma sobrevida cada vez maior. Segundo dados recentes do Ministério da Saúde, cerca de 220 mil pessoas têm recebido tratamento de AIDS fornecido pelo Ministério da Saúde e distribuído na rede pública, que a partir de 1996 passou a ser fornecido gratuitamente.
Dr. Rodrigo conclui que toda pessoa portadora do vírus HIV pode e deve levar uma vida normal, saudável e com muita prática de esportes e nada de depressão porque todos têm que querer e acreditar que serão vitoriosos em sua vida.
Talita quando escuta a música do Titãs, “É preciso saber viver”, sente uma força enorme, uma vontade de viver porque “toda pedra no caminho, você pode retirar”; basta querer. Talita, hoje, faz parte de um grupo de mulheres que escrevem e buscam informações novas sobre o vírus HIV.
*Talita nome Fictício.

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